Os derivativos financeiros são instrumentos cujo valor deriva de um ativo subjacente, como ações, índices, commodities ou moedas. A negociação de derivativos pode oferecer tanto grandes oportunidades quanto riscos consideráveis.
Neste artigo, vamos explorar o que é necessário conhecer para investir nessa modalidade e os riscos envolvidos, com exemplos práticos, utilizando uma linguagem simples e objetiva.
O que são Derivativos Financeiros?
Derivativos são contratos financeiros cujo valor depende do valor de um ativo subjacente. A utilização dos derivados atende várias finalidades como por exemplo: Especulação, arbitragem e proteção contra riscos.
Abaixo, segue alguns dos principais tipos de derivados:
Contratos Futuros
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- O que são: Acordos para comprar ou vender um ativo em uma data futura por um preço pré-determinado.
- Exemplo prático: Um agricultor pode usar contratos futuros para vender sua colheita de soja a um preço fixo para evitar as oscilações de preço no mercado.
Opções
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- O que são: Contratos que dão ao comprador o direito, mas não a obrigação, de comprar ou vender um ativo a um preço específico dentro de um período de tempo.
- Exemplo prático: Um investidor compra uma opção de compra de ações da Petrobras a R$ 20,00, com vencimento em seis meses. Se as ações subirem para R$ 25,00, ele pode exercer a opção e lucrar com a diferença.
Swaps
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- O que são: Contratos onde duas partes trocam fluxos de caixa futuros, como juros ou moedas.
- Exemplo prático: Uma empresa brasileira pode usar um swap para trocar sua dívida em reais por uma dívida em dólares, se ela tiver receitas em dólares e quiser se proteger contra a variação cambial.
Oportunidades na Negociação de Derivativos
1 – Hedge (Proteção)
Os derivativos são amplamente utilizados para proteger contra riscos financeiros. Empresas e investidores podem usar esses contratos para se proteger contra variações de preços, taxas de câmbio ou taxas de juros.
Exemplo prático: Uma empresa aérea que consome grandes quantidades de combustível pode usar contratos futuros de petróleo para fixar o preço do combustível, protegendo-se contra aumentos inesperados no preço do petróleo.
2 – Alavancagem
Com derivativos, é possível controlar uma grande quantidade de um ativo com um investimento inicial relativamente pequeno. Permitindo assim aumentar os ganhos, aumentando também os riscos da operação. Por isso antes de usar esta ferramenta, tem que estar muito ciente dos riscos e conhecer muito bem o ativo que está sendo negociado.
Exemplo prático: Um trader pode usar uma pequena quantia de dinheiro para controlar um contrato futuro de petróleo com um valor muito maior. Se o preço do petróleo subir, o trader pode obter um grande lucro em relação ao investimento inicial, porém se o preço cair o prejuízo será proporcionalmente igual.
3 – Especulação
Investidores podem usar derivativos para especular sobre a direção dos preços dos ativos subjacentes, buscando lucros rápidos com base em previsões de mercado.
Exemplo prático: Um investidor que acredita que o preço do ouro vai subir pode comprar opções de compra de ouro. Se o preço do ouro realmente subir, o investidor pode exercer a opção e comprar ouro a um preço mais baixo, vendendo-o imediatamente no mercado por um lucro.
Riscos na Negociação de Derivativos
1 – Risco de Mercado
O valor dos derivativos depende do valor do ativo subjacente, que pode variar significativamente devido a mudanças no mercado. Uma previsão incorreta pode resultar em grandes perdas.
Exemplo prático: Se um investidor comprar contratos futuros de milho esperando que o preço suba, mas o preço do milho cair devido a uma safra excepcional, ele enfrentará perdas significativas.
2 – Risco de Alavancagem
A alavancagem eleva os ganhos e também as perdas. Um pequeno movimento no preço do ativo subjacente pode levar a perdas significativas, até mesmo superiores ao valor investido inicialmente.
Exemplo prático: Um investidor alavancado que compra contratos futuros de petróleo pode perder todo o seu investimento inicial e ainda ter que pagar mais se o preço do petróleo cair drasticamente.
3 – Risco de Liquidez
Alguns derivativos podem ter baixa liquidez, o que significa que pode ser difícil encontrar compradores ou vendedores no mercado. Isso pode dificultar a saída de uma posição.
Exemplo prático: Um investidor que possui uma opção de venda de uma ação específica pode ter dificuldade em encontrar um comprador para a opção se houver pouca negociação desse derivativo no mercado.
4 – Risco de Contraparte
Em contratos como swaps, há o risco de que a outra parte do contrato não cumpra suas obrigações. Esse risco é mitigado em contratos negociados em bolsas, onde as câmaras de compensação garantem a execução das obrigações.
Exemplo prático: Se uma empresa entra em um contrato de swap com outra empresa que acaba indo à falência, ela pode não receber os pagamentos devidos.
O que é Necessário Conhecer para Investir em Derivativos?
Conhecimento do Mercado
É importantíssimo entender o mercado e o ativo subjacente do derivativo. Isso inclui acompanhar notícias, tendências e eventos que podem afetar os preços.
O mercado de derivativos é complexo e dinâmico. Manter-se atualizado com novas estratégias, regulamentos e ferramentas de negociação é importante para o sucesso a longo prazo.
Exemplo: Um investidor que negocia contratos futuros de café deve acompanhar fatores como condições climáticas, políticas agrícolas e tendências de consumo que podem afetar a produção e o preço do café.
Estratégias de Negociação
Desenvolver e seguir estratégias de negociação bem definidas é essencial. Isso inclui saber quando entrar e sair de uma posição e como gerenciar riscos.
Exemplo: Um trader pode usar uma estratégia de spread, comprando um contrato futuro de um mês e vendendo um contrato futuro de outro mês, visando lucrar com a diferença de preço entre os dois contratos.
Gerenciamento de Riscos
Implementar práticas de gerenciamento de riscos é fundamental para limitar as perdas. Isso pode incluir o uso de ordens de stop-loss e a diversificação das posições.
Exemplo prático: Um investidor que compra opções de compra de uma ação pode definir uma ordem de stop-loss para vender as opções se o preço da ação cair abaixo de um certo nível, limitando assim suas perdas.
Conclusão
A negociação de derivativos financeiros oferece uma combinação de grandes oportunidades e grandes riscos.
Para investir com sucesso nessa modalidade, é essencial entender os instrumentos, desenvolver estratégias eficazes e implementar práticas de gerenciamento de riscos.
Com conhecimento e preparação adequados, os derivativos podem ser uma ferramenta para ampliar seu patrimônio através do mercado financeiro, porém fica o alerta sobre a alta volatilidade dos derivativos e os riscos envolvidos em operar esses contratos.
Vimos aqui os principais aspectos dos derivativos financeiros. Invista em conhecimento antes de iniciar qualquer tipo de operação com derivativos, desta forma você poderá tomar decisões fundamentadas e cuidadosas, aproveitando as oportunidades que esse mercado pode oferecer.
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